terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Restauradora

A morte é limpa.
Cruel mas limpa.

Com seus aventais de linho
- fâmula- esfrega as vidraças.

Tem punhos ágeis e esponjas.
Abre as janelas, o ar precipita-se
inaugural para dentro das salas.
Havia impressões digitais nos móveis
grãos de poeira no interstício das fechaduras.

Porem tudo voltou a ser como antes da carne
e sua desordem.

(Henriqueta Lisboa)

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