Restauradora
A morte é limpa.
Cruel mas limpa.
Com seus aventais de linho
- fâmula- esfrega as vidraças.
Tem punhos ágeis e esponjas.
Abre as janelas, o ar precipita-se
inaugural para dentro das salas.
Havia impressões digitais nos móveis
grãos de poeira no interstício das fechaduras.
Porem tudo voltou a ser como antes da carne
e sua desordem.
(Henriqueta Lisboa)
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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